Uma pequena nota

O ciúme me despedaçava. Era como ter uma bola de fogo e espinhos em meu peito, que soltava raios verdes venenosos para todo meu corpo, sufocando-me de tal modo que eu mal podia respirar. (…) Isso me enchia de uma raiva poderosa e impotente. E que raiva. (…) Tinha vontade de soluçar histericamente. Sentia-me feia de ciúme. Desfigurada pelo ciúme. Sentia que meu rosto estava retorcido e verde, por causa de minhas emoções.

Ah, que sentimento mais feio. E tão profundamente inútil. E sem qualquer sentido. (…) Mas eu não ganharia nada em sentir ciúmes. E o pior era que o ciúme era causado por mim mesma. Era minha própria imaginação que me causava dor. Era o equivalente emocional a eu pegar uma navalha e dar um grande corte em meu braço, em meu estômago ou minha perna. Ciúme era automutilação. Tão doloroso e inútil quanto.

– Marian Keys, Melancia (1996)

Os opostos se atraem?

Opostos

Julia Hortenci Pereira

(adaptado)

Ao mesmo tempo que somos totalmente iguais, somos extremamente diferentes. Ele é o caos, eu sou a calmaria (nem sempre). Ele atropela, eu espero. Eu vivo o amanhã, ele vive o agora. Ele é música, eu sou livros. Ele fala com todo mundo, eu tenho um ou dois amigos. Ele é fúria, eu sou lágrimas. Eu sou maionese, ele é ketchup. Ele é coca, eu sou suco. Ele prefere salgados, eu não vivo sem chocolate. Ele gosta de sair, eu amo ficar em casa. Ele é campo, eu sou praia. Eu sou água e ele é fogo. Ele sempre se desculpa, eu sou orgulhosa. Ele fala tudo, eu guardo. Ele é exatas, eu sou humanas. Ele fala demais, eu falo de menos. Eu sou beijo, ele é abraço. Mas somos iguais também, temos muitas coisas em comum. Sentimos as coisas intensamente, queremos o mesmo da vida (paz). Somos felizes só pelo fato de um ter o outro por perto, e principalmente, por nos amarmos.

Continho de terror para o Halloween

Trick ou treat, folks!

O post de hoje, especial de Halloween, é um conto de terror, escrito por um amigo meu que eu não vejo à um tempão, o Felipe, que também tem um blog, e é apaixonado por livros e por escrever, acho que bem mais do que eu, mas whatever assim como eu. Ele me enviou isso em 2010, não lembro o por que, e eu salvei. Adoro as coisas que ele escreve, e resolvi compartilhar aqui. Espero que gostem!

Bom Halloween,

Gaby

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Estava anoitecendo. Nesse momento todas as crianças da pequena cidade de Ghostown estavam se preparando para mais um Halloween. Dorothy não era diferente. Mesmo sendo uma garota desprezível e arrogante, ela estava se aprontando. Como todos os anos, estava em seu quarto vestindo uma fantasia. Dessa vez, escolheu algo mais clássico. Estava com um vestido longo, típico de uma condessa. Seus olhos azuis cintilavam com a idéia que esse seria seu primeiro dia das bruxas que não passaria junto de seus irmãos. Era a primeira vez que iria pedir doces apenas com suas amigas.

Isso com certeza não significava muito para qualquer outra pessoa, mas para Dorothy era uma forma de demonstrar que ela se tornou uma moça. Saiu de casa com o cabelo totalmente bagunçado, não que isso fazia parte de sua fantasia. Caminhou alguns passos pela calçada e encontrou suas amigas. Estavam todas vestidas da mesma forma. O traje todo de preto e uma faixa vermelha na cabeça. Passaram por algumas casas e estavam com as cestas cheias, até que pararam em frente a uma casa que parecia estar abandonada. Tirando as lendas que circulavam sobre Russel – um velho que mal conseguia ficar de pé. –, o dono da casa, ninguém poderia afirmar que ali morava alguém. Russel tinha a pela caída uma sobre a outra, deveria ter uns setenta anos ou mais e era corcunda. Sempre fora misterioso, pois tratava as crianças com uma grosseria sem tamanho.

– Duvido que você vai pedir doces na casa do Sr. Russel! – Disse uma voz para Dortothy. Dorothy adorava desafios.

– O que ganho com isso?

– Todos os meus doces.

– Eu topo. – Dorothy terminou a frase e seguiu para a porta. Bateu a aldrava algumas vezes e com voz forte completou: – Gostosuras ou travessuras?

Nesse momento a porta se abriu, mas ninguém apareceu. Dorothy deu alguns passos para dentro da casa, mas parou. Uma mão a sugou para dentro com uma força sobrenatural. Estava tudo escuro. Ela não enxergava nada. Um simples sopro em seu ouvido a fez ficar ereta e começar enxergar um corredor de velas em candelabros velhos e enferrujados. Seguiu pelo corredor analisando as fotos na parede. Era o Sr. Russel, mas de uma forma mais jovem e simpática. No fim desse corredor havia um espelho. Mas ele era diferente, não refletia nada. Nem as velas nem ela mesma. Como numa cena de terror, ela surgiu refletida no espelho, mas havia algo errado. Na imagem mostrava ela com oito anos atirando uma pedra. Ela se lembrou do acontecido, por uma aposta jogou a pedra em uma das janelas daquela casa há três anos.

– O mundo é assim minha querida. Não importa o que você faz, sempre haverá uma conseqüência. Cedo ou tarde. Chegou sua vez, Dorothy! – Uma voz havia surgido por suas costas, era Russel. Com as mãos calejadas, ele a foi empurrando até que ela estava presa dentro do espelho.

Ninguém nunca mais ouviu falar de Dorothy. Até hoje, ela se encontra presa no espelho.

Heavy In Your Arms (Florence and The Machine)

I was a heavy heart to carry
My beloved was weighed down
My arms around his neck
My fingers laced the crown

I was a heavy heart to carry
My feet dragged across ground
And he took me to the river
Where he slowly let me drown

My love has concrete feet
My love’s an iron ball
Wrapped around your ankles
Over the waterfall

I’m so heavy, heavy
Heavy in your arms
I’m so heavy, heavy
Heavy in your arms

And is it worth the wait all this killing time?
Are you strong enough to stand protecting
Both your heart and mine?
Who is the betrayer?
Who’s the killer in the crowd?
The one who creeps in corridors
And doesn’t make a sound

My love has concrete feet
My love’s an iron ball
Wrapped around your ankles
Over the waterfall

I’m so heavy, heavy
Heavy in your arms
I’m so heavy, heavy
Heavy in your arms

This will be my last confession
I love you never felt like any blessing, oooh
Whispering like it’s a secret
In order to condemn the one who hears it
With a heavy heart

Heavy, heavy
I’m so heavy in your arms (I’m so)
Heavy, heavy
I’m so heavy in your arms (I’m so)
Heavy, heavy
I’m so heavy in your arms (I’m so)
Heavy, heavy
I’m so heavy in your arms

I was a heavy heart to carry
My beloved was weighed down
My arms around his neck
My fingers laced to crown

I was a heavy heart to carry
But he never let me down
When he had me in his arms
My feet never touched the ground

I’m so heavy, heavy in your arms
Heavy, I’m so heavy in your arms

Moral da História (01/09/2013)

Olhe pra sua namorada. Agora responda: Quantos homens você acha que são loucos por ela? Quantos você acha que ficam encantados com aquele sorriso que só ela tem? Devem ter vários, né? Você não sabe quem são, mas existem. E apesar disso, ela encontrou você. Na verdade, ela te escolheu. É, você! Que não é nenhum príncipe, cheio de falhas e imperfeições. E mesmo assim, ela insiste em te chamar de príncipe, de perfeito. Muito boba, né? Ela te ama assim, exatamente do jeito que você é, imperfeito. Agora, eu te pergunto: tem dado valor? Muitos invejam você e estão só de olho, esperando seu primeiro vacilo para atacar. E aí, amigo, vai esperar vê-la nos braços de outro? Sorrindo das piadas de outro? Fazendo um carinho em outro? Bate até uma pequena raiva só de imaginar, né? Agora vai lá, passa a mão no cabelo dela e diz que a ama. Liga só pra saber como ela está. Dê valor enquanto tem, porque quando perder só vai sobrar arrependimento.

(Autor Desconhecido)

Mas que blog abandonado!

Doce ilusão a minha de achar que postaria mais coisas nas férias isso pq vai durar mais de um mês

Prometo tentar voltar pra cá, quando me der na telha.

como se alguém REALMENTE ligasse pra qualquer coisa que eu escrevo aqui, a não ser aquele post sobre a Bethânia

Coisas que eu gostaria de dizer, mas não digo

  1. Vai se foder, hipócrita
  2. Sai daqui sua vaca, o namorado É MEU
  3. Caralho, para de ser burra pelo menos UMA VEZ NA VIDA
  4. Mãe, CALA A BOCA 
  5. Mano, como você é puta
  6. Sério cara, POR QUE você paga faculdade se só falta ou mata aula???
  7. Moça, você é machista
  8. Na moral, NINGUÉM SE INTERESSA pelo o que você está fazendo agora, onde vai, por que vai, com que roupa está, o que vai comer, enfim. NEM A SUA MÃE
  9. PROTESTO NÃO É MODA PORRA
  10. Sério, para de se alienar
  11. Bares, bebidas e cantores não põem comida na sua mesa
  12. Pai, GRAVIDEZ NÃO É DOENÇA
  13. PAREM DE SE INTROMETER NA MINHA VIDA
  14. Critica minhas músicas, mas ouve aquelas que te xingam e depredam a sua imagem
  15. Faculdade/Escola/Curso NÃO É DESFILE DE MODA OU ROLÊ, vê se veste algo de gente

(Vale lembrar que não são direcionadas a apenas uma pessoa, não me responsabilizo pela sua ofensa)

Mais um desabafo (de muitos que ainda virão)

COISAS QUE ME IRRITARAM HOJE

  1. Gente sem educação
  2. Crianças correndo
  3. Crianças chorando
  4. Crianças gritando
  5. Crianças batendo na minha porta fechada
  6. Ficar fechada dentro de casa por causa das crianças
  7. Gente que quer contar TUDO pro Facebook (o porque gosta disso, o porque odeia aquilo, como foi o fim de semana, onde está, onde esteve e todo aquele mimimi)
  8. Festa do Peão
  9. Fome
  10. No Raining Blood

Acho que mais tarde terei de fazer um upgrade nessa lista… Ô dia que não acaba LOGO

Clipes mentais – Meus gostos musicais parte 3

Ei gente.

Bom, o post deste Domingo chuvoso é sobre uma coisa que eu adoro fazer, e acho ESPERO não ser a única a fazer. Vou explicar. Você, caro leitor, tente se colocar na seguinte situação:

Você está ouvindo música, pode ser com fones ou sem. Aquela música mexe com seu interior, e na sua mente, você para  e começa a imaginar uma história que se encaixe com aquelas batidas. Você fecha os olhos e imagens mentais de uma história que durará cerca de 3 ou 4 minutos se inicia, sendo que você define o destino de tudo. O desenrolar da história é perfeito e combina com as nuances da música de fundo. O fim chega, e você termina como quer sua história. A música para e/ou passa para a música seguinte. Você abre os olhos e sente um prazer estranho.

Se você se identificou, ótimo EU SOU NORMAL, YAAAAAAAAAAAAY. É bem isso o que acontece, não é? Eu A-D-O-R-O ouvir uma música e passar por esta experiência. Caso você nunca tenha passado por isso, tente, eu indico.

Voltando ao meu intuito principal, vou dividir com vocês uma das músicas que fazem eu me sentir dessa forma e o que se passa pela minha cabeça. Começando pela trilha sonora da minha história, ela é da banda britânica Muse, e se chama Resistance, que possui sim um clipe, mas me remete à outra história. Clique aqui e confira o clipe original.

Para quem quiser acompanhar meus delírios, clique aqui para ouvir  a versão com apenas áudio. E agora, confira a minha versão de Muse – Resistance:

Uma foto de um casal feliz é exposta num museu. A câmera vai dando zoom nela até que somos transportados para um outro lugar. O foco da câmera fica no chão, onde uma mão cai na lama e deixa a foto escapar. A Câmera vai subindo e mostra o mesmo casal da foto assassinado no chão. Ele, com um tiro no peito, e ela, com um tiro na testa. Ambos estão molhados pois chove. Antes do piano começar a tocar na canção, a moça, em seu último suspiro, pisca, e neste piscar, a câmera parece nos levar à um flashback que ela tem. O piano começa e logo vemos ela um pouco mais nova, parada na frente de uma casa de tijolos bem simples, olhando o movimento da rua, enquanto o rapaz passa de bicicleta e sorri para ela, ela retribui e fica corada, fechando a porta em seguida, escorando em seu verso, suspirando. A seguir, vemos uma espécie de festa de aniversário na rua, à noite, sob a lua cheia, onde todos riem em volta de uma fogueira. Ele pega na mão dela, e os dois vão para um campo próximo. Ambos se sentam sob uma árvore e parecem conversar, quando ele a beija.  A seguir, vemos ele em casa, saindo do quarto e se deparando com a família assistindo o jornal, onde Hitler é mostrado, e a manchete sugere que agora ele é o novo Chanceler. Ele sai e encontra com ela, os dois vão passear. O tempo parece avançar em alguns meses, e pelas ruas, é possível ver símbolos nazistas. Conforme os dois caminham juntos, as pessoas começam a encará-los. Ele a deixa na porta de casa, e há um homem judeu vestido tradicionalmente como tal esperando por ela, provavelmente, o pai da garota. Quando o verso “It could be wrong, could be wrong” começa, a mãe dele vem gritando e puxa o garoto dali, olhando com feição de nojo para os vizinhos judeus. A seguir, a casa da garota é destruída, mas a família dela foge com a ajuda do rapaz. Os judeus parecem determinados a fugir, o pai corta o cabelo e muda suas roupas, todos partem, mas a garota no último instante fica (bem na hora do primeiro refrão). O rapaz, usando um uniforme da juventude hitlerista encontra um lugar para ela se esconder. Eles se beijam e ele parte, deixando-a sozinha num pequeno cômodo subterrâneo embaixo de uma fábrica aparentemente abandonada. Alguns outros meses parecem se passar, ele está mais alto e mais forte, e leva um pacote de comida para sua amada no esconderijo, mas chega lá e a encontra aos prantos. Ele tenta consolá-la. Eles parecem discutir, e ela parece pedir para fugir, pois não aguenta mais a vida de prisioneira, escondida. Ela parece gritar com ele, e ele fica meio sem ação, mas depois começa a meio que responder à altura, durante novamente, o verso “It could be wrong, could be wrong”. Até que, ele a segura diz algo olhando nos olhos dela. Ela o repele, se afasta, diz algo, vira para ele novamente. E o refrão começa, enquanto os dois trocam beijos fortes e apaixonados, e ele a levanta, colocando-a sob uma mesa, e a coisa esquenta, quando os dois se deitam no chão, tirando suas roupas. Cenas quentes seguem até o final do refrão. A seguir, vemos os dois com uma mala, fugindo na calada da noite, com roupas diferentes do habitual, parecendo estrangeiros, enquanto ouvimos: “We must run”. E o casal corre. A cena muda, e eles parecem estar na fronteira da Alemanha com outro país, há soldados nazistas por toda a parte, e o rapaz toma a frente para conseguir passar, mas os dois são deitidos, e separados, mas ela escapa, e ele se solta, os dois pegam um na mão do outro e correm, ela, pega a foto da mão de um soldado, que revirava a mala, e eles tentam ultrapassar a fronteira em vão. Os soldados os encurralam, e atiram nele (quando se ouve um barulho semelhante a um tiro), que cai na lama. Ela grita, e toma um tiro, também caindo no chão (quando outro barulho semelhante a um tiro é ouvido). A câmera caputura a cena dos corpos de cima, e aos poucos vai dando zoom na foto na lama, molhada por causa da chuva, voltando novamente ao museu onde ela está exposta  atualmente.

Bom, foi meio dificil escrever tudo, acho que faltaram alguns detalhes, mas é basicamente isso o que eu imagino com essa música. Para quem quiser, clique aqui e leia a letra, que tem tudo a ver com a minha história. Deixem sugestões, suas impressões, etc, se quiserem. Exercitem esta prática que é muito boa para estimular a criatividade.

Até mais!

Gaby